CERVO PANTANAL (vulnerable deer species of the Pantanal)
Cervo-do-pantanal Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Categorias: Espécies vulneráveis Cervídeos Espécies no anexo I da CITES Mamíferos do Brasil Espécies descritas em 1815 Fauna do Pantanal Fauna do Cerrado Categorias ocultas: !Esboços maiores que 10000 bytes !Esboços sobre artiodáctilos Como ler uma caixa taxonómicaCervo-do-pantanal Ocorrência: Pleistoceno - recente Fêmea de cervo-do-pantanal Fêmea de cervo-do-pantanal Estado de conservação Status iucn3.1 VU pt.svg Vulnerável Classificação científica Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Artiodactyla Família: Cervidae Subfamília: Odocoileinae Género: Blastocerus Espécie: B. dichotomus Nome binomial Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815) Distribuição geográfica Área de distribuição. Vermelho: original Amarelo: atual Área de distribuição. Vermelho: original Amarelo: atual O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), também chamado cervo, suaçuetê, suaçupucu e veado-galheiro,[1] é um mamífero ruminante da família dos cervídeos. É o maior veado da América do Sul. Vive, originalmente, nas regiões pantanosas e ao longo das bordas das florestas do Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Argentina. Os cascos desse animal podem ficar completamente abertos e as duas metades em que eles se dividem se mantém unidas por uma membrana interdigital. Esses cascos evitam que o animal afunde no lodo. Índice 1 Taxonomia e Evolução 2 Hábitat 3 Descrição 4 Alimentação 5 Comportamento e Reprodução 6 Conservação 7 Referências 1 Taxonomia e Evolução Os cervídeos surgiram na Ásia e chegaram a América do Sul provavelmente pelo estreito de Bering, durante o início do Plioceno, e o cervo-do-pantanal existe no Pantanal desde o Pleistoceno, sendo que na Argentina, por exemplo, ele não foi encontrado antes do início do Holoceno[2]. Márquez e colaboradores (2006) mostraram que no Pleistoceno, o cervo estava restrito aos alagadiços do Pantanal, sendo que a partir do momento que o clima ficou mais úmido no centro da América do Sul, ele ampliou sua distribuição geográfica[3]. A taxonomia e sistemática de subespécies do cervo-do-pantanal é muito pouco estudada[3]. 2 Hábitat O cervo-do-pantanal é extremamente dependente de plantas aquáticas, de forma que habita áreas inundáveis com até 60cm de profundidade e com uma cobertura vegetal baixa, com territórios de até 64km² para os machos e 33km² para fêmeas[4]. Ambientes ótimos para o cervo-do-pantanal se caracterizam pela presenaça de ciperáceas e gramíneas e é possível que ele se adapte a áreas mais antropizadas, desde que não seja caçado[5].Já habitou extensas áreas do Brasil Central, Bolívia, Paraguai, Peru e Argentina. Entretanto, sua distribuição está reduzida e restrita muitas vezes, a populações isoladas, como o que ocorre no estado de São Paulo (apenas são encontrados no Parque Estadual Aguapeí e Parque Estadual do rio do Peixe)[6]. No Pantanal, na Ilha do Bananal, no rio Araguaia e no rio Guaporé e em várzeas remanescentes do rio Paraná, essa espécie ainda é relativamente comum[6]. 3 Descrição Cervo-do-Pantanal em Esteros de Iberá, Argentina. É o maior cervídeo da América do Sul, com os machos pesando até 130 kg. Estes, possuem chifres ramificados, com até 6 ramos em cada lado, atingindo até 50 cm de comprimento[7][6]. Possui uma pelagem castanho-avermelhada com o focinho e as extremidades dos membros pretas, sendo que os cascos chamam atenção por possuírem membranas interdigitais[6]. 4 Alimentação As observações do cervo-do-pantanal sempre foram em regiões que são alagadas durante a estação chuvosa (principalmente onde existe a gramínea Andropogon) e sua dieta constitui-se de pelo menos 35 espécies vegetais, principalmente, plantas aquáticas como a Pontederia cordata[8]. 5 Comportamento e Reprodução Pouco se sabe do comportamento dessa espécie na natureza. Costuma não ser ativo à noite, e andar isolado, embora, possa ser avistado em grupos de até 5 indivíduos, sendo que geralmente, tais grupos constituem-se de fêmeas com filhotes, já que não foi constatada a formação de harens[7][5]. As fêmeas se reproduzem uma vez por ano, com uma gestação de 271 dias, parindo apenas um filhote por gestação (dificilmente dois). Existe um pico no acasalamento entre outubro e novembro, mas é possível avistar mãe e filhotes o ano todo[5]. 6 Conservação A espécie é considerada como Vulnerável pela lista da IUCN e do IBAMA[9][10]. Tal categoria se aplica porque os graus de ameaça variam de região para região, sendo que no Pantanal e no Chaco, a espécie ainda é comum. Entretanto, no estado de São Paulo, por exemplo, sua situação é crítica e está restrito a duas populações nativas (Parque Estadual Aguapeí e Parque Estadual do rio do Peixe, com cerca de 200 exemplares somadas) e uma reintroduzida (Estação Ecológica Jataí, com cerca de 20 exemplares)[7][11]. Há ainda outras populações, no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema e no Parque Nacional de Ilha Grande que somam 1.500 exemplares[11]. As principais causas para tal situação alarmante são a caça, a destruição de seu hábitat (no estado de São Paulo, principalmente pela construção de usinas hidrelétricas, que inundaram as várzeas) e doenças transmitidas pelo gadodesambig doméstico, como a febre aftosa[7][12]. Há tentativas de reintrodução da espécie, como a Estação Ecológica Paulo de Faria e a Estação Ecológica Jataí, mas apenas nesta última houve sucesso[13]. A CESP, por conta da construção da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos que inundou uma das maiores áreas de distribuição do cervo no estado de São Paulo, criou o Centro de Conservação do Cervo-do-Pantanal, em Promissão[14]. Taxonomia e Evolução Os cervídeos surgiram na Ásia e chegaram a América do Sul provavelmente pelo estreito de Bering, durante o início do Plioceno, e o cervo-do-pantanal existe no Pantanal desde o Pleistoceno, sendo que na Argentina, por exemplo, ele não foi encontrado antes do início do Holoceno[2]. Márquez e colaboradores (2006) mostraram que no Pleistoceno, o cervo estava restrito aos alagadiços do Pantanal, sendo que a partir do momento que o clima ficou mais úmido no centro da América do Sul, ele ampliou sua distribuição geográfica[3]. A taxonomia e sistemática de subespécies do cervo-do-pantanal é muito pouco estudada[3]. 2 Hábitat O cervo-do-pantanal é extremamente dependente de plantas aquáticas, de forma que habita áreas inundáveis com até 60cm de profundidade e com uma cobertura vegetal baixa, com territórios de até 64km² para os machos e 33km² para fêmeas[4]. Ambientes ótimos para o cervo-do-pantanal se caracterizam pela presenaça de ciperáceas e gramíneas e é possível que ele se adapte a áreas mais antropizadas, desde que não seja caçado[5].Já habitou extensas áreas do Brasil Central, Bolívia, Paraguai, Peru e Argentina. Entretanto, sua distribuição está reduzida e restrita muitas vezes, a populações isoladas, como o que ocorre no estado de São Paulo (apenas são encontrados no Parque Estadual Aguapeí e Parque Estadual do rio do Peixe)[6]. No Pantanal, na Ilha do Bananal, no rio Araguaia e no rio Guaporé e em várzeas remanescentes do rio Paraná, essa espécie ainda é relativamente comum[6]. O cervo-do-pantanal corre risco de extinção Pesquisadores da Embrapa Pantanal (Corumbá, MS) se encontram na etapa final do diagnóstico de campo que dará suporte para a elaboração de um Plano de Conservação para as populações de cervos-do-pantanal, espécie em situação crítica no Estado de São Paulo e ameaçada de extinção em todo o País. Envie a um amigo Imprimir Receba o Jornal Diário Compartilhe Pesquisadores da Embrapa Pantanal (Corumbá, MS) se encontram na etapa final do diagnóstico de campo que dará suporte para a elaboração de um Plano de Conservação para as populações de cervos-do-pantanal, espécie em situação crítica no Estado de São Paulo e ameaçada de extinção em todo o País. O trabalho está sendo realizado nas áreas de influência do reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), na divisa entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e conta com a participação da Companhia Energética de São Paulo (CESP), concessionária do empreendimento. q O levantamento, feito com helicóptero, visa estimar o tamanho da população remanescente de cervos na região, as densidades populacionais dessa espécie nas diferentes áreas de ocorrência e as condições de conservação dos ambientes onde vivem esses animais. Os dados ajudarão a formular um plano de conservação de longo prazo, que será coordenado por técnicos da CESP, que está comprometida com conservação do cervo-do-pantanal na região. Nessa etapa do trabalho está sendo realizado o segundo levantamento aéreo após o enchimento do reservatório. Os pesquisadores Walfrido Tomás, doutorando em Gestão da Biodiversidade na Universidade de Kent, na Inglaterra, e Ubiratan Piovezan, Doutor em Ecologia pela UnB, ambos da Embrapa Pantanal, e Liliani Tiepolo, doutoranda em Zoologia no Museu Nacional do Rio de Janeiro, voaram 25 horas contando os cervos que sobrevivem nas várzeas remanescentes às margens do reservatório de Porto Primavera e seus afluentes (Rios Verde e Pardo, no Mato Grosso do Sul, e Aguapeí e Peixe, em São Paulo). A técnica utilizada é a mesma que a equipe de Fauna da Embrapa aplica no Pantanal, desde 1991, em levantamentos aéreos. Estima-se que o conjunto de populações de cervos em toda a região do reservatório se situe entre 400 e 600 exemplares, já que inclui também os Rios do Peixe (SP) e Pardo (MS). As primeiras análises sugerem que essa população se manteve estável desde o último levantamento, feito em 2001. Também foi constatada a existência de cervos-do-pantanal em áreas relativamente bem conservadas, nas várzeas dos Rios Inhanduí e Pardo, no Estado do Mato Grosso do Sul. Além disso, a maior parte dos animais remanescentes se encontra em áreas legalmente protegidas, como o Parque Estadual do Aguapeí e as reservas particulares da foz do Aguapeí e da Fazenda Cisalpina, às margens dos Rios Verde e Paraná, que são de propriedade da Companhia Energética de São Paulo (CESP). Essas duas populações foram estimadas entre 300 e 500 cervos. Há ainda uma população de cerca de 1.500 cervos-do-pantanal abrigada no Parque Nacional de Ilha Grande, no Paraná, e no Parque Estadual das Várzeas do Ivinhema, no Mato Grosso do Sul, que também será incorporada ao Plano de Conservação. “Apesar dessas boas notícias, os cervos ainda sofrem ameaças graves: as várzeas estão sendo degradadas por canais de drenagem e por assoreamento, além de intenso uso pecuário”, alerta o pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Tomás. Segundo ele, essas ameaças diminuem a disponibilidade de abrigo e alimentos para a espécie, e a caça ilegal ainda persiste nessa e em outras regiões dos estados pesquisados, especialmente quando os animais estão próximos de assentamentos ou cidades. O Plano de Conservação, cuja conclusão está prevista para o segundo semestre de 2005, terá como foco a conservação do cervo-do-pantanal em seu próprio hábitat, nas várzeas remanescentes na região, e deverá formular propostas para eliminar ou reduzir essas ameaças. Deverão ser indicadas ações como a conservação e recuperação ambiental das várzeas, que abrigam não só os cervos, mas dezenas de outras espécies de mamíferos, aves e répteis, a educação ambiental nas cidades e reassentamentos populacionais próximos e a implantação de um sistema de monitoramento das populações de cervos. É essencial, entretanto, que sejam adotadas medidas urgentes de fiscalização para coibir a degradação ambiental e a caça, que poderão inviabilizar o Plano de Conservação e a própria sobrevivência do cervo na região. Sign in to join mission